MITOS E VERDADES...(7)
A verdade sobre o Bimotor-VW Jamaro de oito cilindros.
Há uns quatro anos atrás, por volta de 2006, conversando em Interlagos com um ex-piloto carioca veio à baila o assunto sobre o então desconhecido Bimotor VW, construído no início de 1969 pelos irmãos Jair e Jairo Amaro, então experientes construtores de Fórmula Vê.
Inicialmente partindo de dois motores 1300 cc acoplados com uma junta elástica, o bimotor foi testado por alguns pilotos do Rio, nunca tendo funcionado a contento devido a uma freqüente quebra do virabrequim no colo do segundo cilindro do segundo motor. Após alguns testes infrutíferos a idéia foi abandonada.
Meses depois os irmãos Fittipaldi apresentaram seu Fusca Bimotor com a mesma configuração nos Mil Km da Guanabara, mas que funcionou a contento por algum tempo, tendo desistido da competição oficialmente por quebra do câmbio.
Pois bem, segundo o mesmo piloto carioca, os irmãos teriam investido num segundo motor desta vez com bloco único e bancada de oito cilindros, mas o projeto teria ficado encostado devido ao automobilismo regional carioca ter caído em completo ostracismo no início dos anos 70.
Lá por volta de 1972 ou 73, saiu uma matéria veiculada na revista Autoesporte mostrando o tal motor sendo testado na oficina do piloto carioca Newton Pereira em São Paulo, que intencionava usá-lo num protótipo Amato de sua propriedade. Rumores até deram conta que este carro teria feito uma prova no circuito de Pinhais, em Curitiba, mas não passando dos treinos classificatórios.
Baseado nessas informações e vindo de fonte confiável, fui um dos maiores propagadores via internet da existência deste bimotor supostamente construído pelos irmãos Amaro, até saber que este ainda existia sendo parte do acervo do Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo. Tal fato gerou tanto interesse que motivou o Paulo Trevisan a investir fundo na recuperação e funcionamento do tal motor, já amplamente coberto aqui no blog.
Em meados do ano passado alguns comentários consistentes de amigos próximos chegaram ao meu conhecimento, dando conta que o Bimotor 8 cilindros realmente não teria sido construído por Jair e Jairo Amaro. E ninguém melhor que eles para deslindar toda essa história. Só que não se localizava precisamente onde os irmãos ex-construtores viviam até então.
Até que o preparador e restaurador carioca Nelson Cintra conseguiu entrar em contato com os irmãos Amaro no final de 2009, por conta de outro negócio em andamento. Aproveitando o ensejo, foi levantada a questão da autoria do Bimotor e os irmãos Amaro foram enfáticos ao afirmarem não serem eles os autores da façanha.
Confirmaram também que o projeto do bimotor original fora encomendado por um paulista que estivera várias vezes na oficina deles para ver o andamento do serviço e que desaparecera logo nos primeiros indícios das quebras sucessivas. Sabedor da importância da informação que tinha em mãos, Nelson Cintra entrou logo em contato com Paulo Trevisan, que resolveu ir mais a fundo nas investigações.
Desde os primeiros rumores já vínhamos conduzindo discretamente uma pesquisa para sabermos a origem então do autor do Bimotor 8 cilindros denominado de Jamaro em homenagem aos dois irmãos construtores cariocas.
As informações trazidas à luz por Nélson Cintra batiam corretamente com o que foi levantado: este motor foi oferecido por uma pessoa desconhecida em Curitiba ao próprio Nélson Cintra e um senhor de nome Marotta.
Este último acabou comprando o motor e o manteve em seu poder por vários anos, só o vendendo depois ao Paulo Trevisan por interferencia direta do ex-piloto e construtor Almir Donato.
E ainda segundo um preparador paranaense muito ativo na época, o bimotor VW chegou a participar de corridas no autódromo de Pinhais. Só que ninguém sabe em que carro e com quem....
Ilações e especulações à parte, agora ninguém sabe até o momento quem construiu o motor, uma vez que os irmãos Jair e Jairo Amaro já declararam não ter sido eles.
Atento à fidelidade e precisão históricas, o Museu do Automobilismo se viu na obrigação de fazer a retificação da autoria do motor e agora enfrenta um dilema: mantém o nome original como uma homenagem aos dois irmãos construtores, uma vez que Jair Amaro faleceu em dezembro último, ou renomeia o carro até que apareça o real construtor?
O mais importante é que neste caso o Museu teve a honestidade de reconhecer o equívoco e corrigi-lo a tempo. E aqui de público reconheço também o meu engano. Mas fica a consulta aos nosso blogueiros: mantém-se ou não o nome original Bimotor Jamaro ? E quem será que construiu esta bela peça de engenharia e que teima em se manter no anonimato?
(fotos arq. Nelson Cintra/MAB)
Há uns quatro anos atrás, por volta de 2006, conversando em Interlagos com um ex-piloto carioca veio à baila o assunto sobre o então desconhecido Bimotor VW, construído no início de 1969 pelos irmãos Jair e Jairo Amaro, então experientes construtores de Fórmula Vê.
Inicialmente partindo de dois motores 1300 cc acoplados com uma junta elástica, o bimotor foi testado por alguns pilotos do Rio, nunca tendo funcionado a contento devido a uma freqüente quebra do virabrequim no colo do segundo cilindro do segundo motor. Após alguns testes infrutíferos a idéia foi abandonada.
Meses depois os irmãos Fittipaldi apresentaram seu Fusca Bimotor com a mesma configuração nos Mil Km da Guanabara, mas que funcionou a contento por algum tempo, tendo desistido da competição oficialmente por quebra do câmbio.
Pois bem, segundo o mesmo piloto carioca, os irmãos teriam investido num segundo motor desta vez com bloco único e bancada de oito cilindros, mas o projeto teria ficado encostado devido ao automobilismo regional carioca ter caído em completo ostracismo no início dos anos 70.
Lá por volta de 1972 ou 73, saiu uma matéria veiculada na revista Autoesporte mostrando o tal motor sendo testado na oficina do piloto carioca Newton Pereira em São Paulo, que intencionava usá-lo num protótipo Amato de sua propriedade. Rumores até deram conta que este carro teria feito uma prova no circuito de Pinhais, em Curitiba, mas não passando dos treinos classificatórios.
Baseado nessas informações e vindo de fonte confiável, fui um dos maiores propagadores via internet da existência deste bimotor supostamente construído pelos irmãos Amaro, até saber que este ainda existia sendo parte do acervo do Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo. Tal fato gerou tanto interesse que motivou o Paulo Trevisan a investir fundo na recuperação e funcionamento do tal motor, já amplamente coberto aqui no blog.
Em meados do ano passado alguns comentários consistentes de amigos próximos chegaram ao meu conhecimento, dando conta que o Bimotor 8 cilindros realmente não teria sido construído por Jair e Jairo Amaro. E ninguém melhor que eles para deslindar toda essa história. Só que não se localizava precisamente onde os irmãos ex-construtores viviam até então.
Até que o preparador e restaurador carioca Nelson Cintra conseguiu entrar em contato com os irmãos Amaro no final de 2009, por conta de outro negócio em andamento. Aproveitando o ensejo, foi levantada a questão da autoria do Bimotor e os irmãos Amaro foram enfáticos ao afirmarem não serem eles os autores da façanha.
Confirmaram também que o projeto do bimotor original fora encomendado por um paulista que estivera várias vezes na oficina deles para ver o andamento do serviço e que desaparecera logo nos primeiros indícios das quebras sucessivas. Sabedor da importância da informação que tinha em mãos, Nelson Cintra entrou logo em contato com Paulo Trevisan, que resolveu ir mais a fundo nas investigações.
Desde os primeiros rumores já vínhamos conduzindo discretamente uma pesquisa para sabermos a origem então do autor do Bimotor 8 cilindros denominado de Jamaro em homenagem aos dois irmãos construtores cariocas.
As informações trazidas à luz por Nélson Cintra batiam corretamente com o que foi levantado: este motor foi oferecido por uma pessoa desconhecida em Curitiba ao próprio Nélson Cintra e um senhor de nome Marotta.Este último acabou comprando o motor e o manteve em seu poder por vários anos, só o vendendo depois ao Paulo Trevisan por interferencia direta do ex-piloto e construtor Almir Donato.
E ainda segundo um preparador paranaense muito ativo na época, o bimotor VW chegou a participar de corridas no autódromo de Pinhais. Só que ninguém sabe em que carro e com quem....
Ilações e especulações à parte, agora ninguém sabe até o momento quem construiu o motor, uma vez que os irmãos Jair e Jairo Amaro já declararam não ter sido eles.
Atento à fidelidade e precisão históricas, o Museu do Automobilismo se viu na obrigação de fazer a retificação da autoria do motor e agora enfrenta um dilema: mantém o nome original como uma homenagem aos dois irmãos construtores, uma vez que Jair Amaro faleceu em dezembro último, ou renomeia o carro até que apareça o real construtor?
O mais importante é que neste caso o Museu teve a honestidade de reconhecer o equívoco e corrigi-lo a tempo. E aqui de público reconheço também o meu engano. Mas fica a consulta aos nosso blogueiros: mantém-se ou não o nome original Bimotor Jamaro ? E quem será que construiu esta bela peça de engenharia e que teima em se manter no anonimato?
(fotos arq. Nelson Cintra/MAB)
Olá muito bom seu Artigo !! , Juntas Elásticas é importante para carros , motos , tubo de concreto etc !!.
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